Quando a pequena Dayse precisou ficar internada no hospital para tratar uma grave infecção, os pais nem se preocuparam com os estudos da menina. Nessa hora, toda a preocupação fica 100% em entender os procedimentos médicos e garantir que a criança fique bem, tenha o melhor atendimento e coopere com o tratamento.

Mas, com o passar dos dias, os pais perceberam que a filha sofria cada vez mais com o tédio ao passar horas intermináveis apenas vendo desenho na televisão, jogos no tablet ou brincando de boneca.

Os pais só se deram conta do que estava faltando quando foram abordados por uma Pedagoga Hospitalar.

"Pedagogia Hospitalar? Eu nem sabia que existia isso!”

Disse a mãe da Dayse já um pouquinho menos aflita ao perceber que daquela conversa no corredor do hospital poderia vir alguma ajuda para amenizar os dias longos e tediosos que a filhinha de 6 anos ainda teria pela frente.

Dayse ficou animadíssima quando viu a mochila, cadernos, lápis de colorir e tarefas da escola.

Nos dias seguintes, as aulas com a pedagoga trouxeram uma nova experiência para a menina e também para os pais — afinal, só quem já ficou com filho pequeno internado em um hospital, sabe como é desgastante emocional e fisicamente.

A Pedagogia Hospitalar
Não é só a mãe da Dayse que não sabia da existência da Pedagogia Hospitalar. O serviço tão importante ainda é desconhecido de muitas pessoas, embora esteja sendo adotado por muitos hospitais. O atendimento pedagógico-educacional, durante o período de internação da criança, é chamado de classe hospitalar.

O primeiro registro da pedagogia hospitalar é no ano de 1935 quando Henri Sellier, ministro da saúde francês, inaugurou em Paris a primeira escola para crianças inadaptadas. Com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças tuberculosas, outras escolas foram abertas na França, Alemanha e nos Estados Unidos.

A pedagogia hospitalar surgiu no Brasil em 1950, quando foi aberta a primeira classe hospitalar nas enfermarias pediátricas do Hospital Municipal Jesus, no Rio de Janeiro.

No artigo sobre a situação brasileira do atendimento pedagógico-educacional hospitalar, a pedagoga Eneida Simões da Fonseca, PhD em Desenvolvimento e Educação de Crianças Hospitalizadas, dá um panorama da Pedagogia Hospitalar no país:

No Brasil, há 39 classes hospitalares distribuídas e em funcionamento em 13 unidades federadas. Esse tipo de atendimento decorre, em sua maioria, de convênio firmado entre as Secretarias de Educação e de Saúde dos estados, embora existam classes hospitalares resultantes de iniciativas de entidades filantrópicas e universidades. Noventa e cinco professores atuam nessa modalidade de ensino, atendendo mais de 2.000 crianças/mês na faixa etária entre 0 e 15 anos de idade.

Cada vez mais os hospitais no Brasil estão percebendo os benefícios de terem profissionais de Pedagogia na equipe. Como observam Kathy de Araújo e Janine Rodrigues no estudo sobre a Pedagogia Hospitalar no Brasil:

Diversos estudos demonstram que, no ambiente hospitalar, quando aplicadas atividades adequadas, lúdicas e compatíveis com a especificidade do contexto do/a paciente aluno/a, o tratamento de saúde se torna bem mais eficaz, e as brinquedotecas são este combustível que utiliza do lúdico como recurso facilitador do processo motivador e de aprendizagem.

Com o objetivo de oferecer melhor atendimento às crianças internadas e seus pais, mas também para favorecer a melhor aceitação do tratamento e agilizar a recuperação do paciente, cada vez mais tem aumentado as oportunidades de trabalho para os Pedagogos Hospitalares.

Se você se interessa pelo assunto, venha conhecer a Pós EAD em Pedagogia Hospitalar do Centro Universitário São Camilo.

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