Há alguns dias eu levei meu filho de cinco anos para fazer uma consulta e a doutora que nos atendeu usava um jaleco rosa com estampas de bichinhos e flores. Além de ser diferente dos clássicos jalecos brancos, meu filho se distraiu com as estampas divertidas no jaleco da médica.

A doutora Ana Paula Moro é entusiasta dos jalecos coloridos e estampados, mas diz que é preciso ter cuidado na escolha das cores e que há uma ciência por trás do surgimento dos jalecos coloridos. Há evidências científicas de que a escolha das cores pode ajudar a proteger a visão dos profissionais durante os procedimentos cirúrgicos.

 

Como escolher a cor ideal para o seu jaleco?

A Dra. Moro sugere que o ideal é que o profissional tenha um conhecimento básico  de colorimetria e teoria das cores. É importante saber, por exemplo, que o uso de cores frias, como o verde ou o azul, oferecem uma constante atualização do cérebro e o deixa mais sensível ao vermelho e laranja - além de proporcionar conforto na visão, melhorando a concentração do profissional.

Se você ficar muito tempo olhando para o vermelho, provavelmente verá espectros em tons verde-azulados ao visualizar o branco dos jalecos - por causa do efeito de ilusão de ótica. Isso mostra que a escolha da cor do jaleco não pode ser apenas estética, deve ser funcional, acima de tudo.

 

Para escolher a cor do seu jaleco você deve considerar:

  • o seu ambiente de trabalho;
  • o nível de concentração para realizar suas tarefas;
  • como as cores se combinam o se anulam (por exemplo: o laranja neutraliza o azul e vice-versa; o verde neutraliza o vermelho e vice-versa; a violeta neutraliza o amarelo e vice-versa);
  • quais as cores estão no seu campo de visão durante a maior parte do tempo.

 

Assegurando-se que a cor do seu jaleco vai auxiliar no desempenho do seu trabalho, você fica livre para explorar o aspecto estético das cores.

 

E fora do local de trabalho, pode-se usar o jaleco?

Quem mora perto de hospitais está acostumado a ver profissionais da saúde transitando pela rua com seus jalecos, até mesmo nos barzinhos ou, por incrível que pareça, enquanto dá uma pausa no trabalho para fumar um cigarro.

Isso é tão errado que nem precisaria de uma lei como a que foi aprovada no Rio de Janeiro proibindo o uso de jalecos na rua. Estou falando da lei 8626/19, sancionada pelo governador Wilson Witzel, que proíbe que profissionais de saúde no estado do Rio de Janeiro utilizem equipamentos e vestimentas profissionais, como o jaleco, fora do local de trabalho.

Convenhamos, basta o bom senso para perceber que as roupas das pessoas que circulam nas ruas acabam sendo expostas a impurezas, bactérias e microrganismos. Um profissional de saúde que anda na rua com o jaleco e depois vai atender pacientes, expõe estes a tais impurezas.

 

“O ideal é realmente que o profissional de saúde vista a sua roupa de uso normal e use um jaleco para circular apenas dentro do ambiente hospitalar. É uma precaução importante, que pode evitar riscos de infecção para os pacientes”, afirmou Sylvio Provenzano, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).

 

Se você é um profissional de saúde e quer atualizar e expandir os seus conhecimentos, conheça as pós-graduações na área de saúde do Centro Universitário São Camilo. O seu melhor investimento é em você mesmo.

 

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