Em um cenário onde recém-nascidos (RN) pré-termo ou aqueles que apresentam dificuldades respiratórias e hipotonia logo após o nascimento precisam de cuidados imediatos, os profissionais de saúde devem estar preparados para agir de forma rápida e eficaz.  Assim, a capacitação dos profissionais de saúde na execução de alguns passos iniciais será crucial para garantir uma assistência adequada e rápida ao recém-nascido que necessita de reanimação. Neste contexto, é fundamental seguir os passos iniciais recomendados pelos principais órgãos de saúde. Estes passos, que devem ser executados em, no máximo, 30 segundos, são:

*Provedor de calor: Utilize fontes de calor externas e cobertas para manter a temperatura do recém-nascido. Isso é especialmente importante para bebês prematuros, que apresentam maior risco de hipotermia;

*Posicionar a cabeça em leve extensão: Esta posição ajuda a abrir as vias aéreas do bebê, facilitando para os alunos;

*Aspirar vias aéreas, se houver excesso de secreções: A aspiração das vias aéreas pode ser necessária para remover secreções que podem estar obstruindo o esforço do recém-nascido;

*Secar e desprezar os campos úmidos (se RN >1.500 g): Para bebês com peso superior a 1.500 g, é importante secá-los rapidamente e remover campos úmidos, a fim de prevenir a perda de calor;

*Reposicionar a cabeça, se necessário: Após a aspiração das vias aéreas, verifique a posição da cabeça do recém-nascido e ajuste-a se necessário, para garantir a abertura adequada das vias aéreas;

Veja um tutorial básico em conformidade com manual de “Atenção à saúde do recém-nascido: guia para profissionais de Saúde”, produzido pelo ministério da saúde em 2014 com esses e outros pontos de atenção:

Prover calor ao recém-nascido: o aconchego que salva vidas:

A manutenção da temperatura corporal do recém-nascido entre 36,5°C e 37°C é um aspecto crucial durante a assistência inicial. Para reduzir a perda de calorias infantis, é fundamental pré-aquecer a sala de parto e a sala onde serão realizados os procedimentos de reanimação, mantendo a temperatura ambiente de, no mínimo, 26°C.

Em recém-nascidos com idade gestacional inferior a 29 semanas ou peso ao nascer inferior a 1.500 g, recomenda-se o uso de saco plástico transparente de polietileno de 30x50 cm. Logo após posicioná-lo sob a fonte de calor radiante e antes de secá-lo, introduza o corpo do recém-nascido pré-termo, exceto a face, dentro do saco plástico. Em seguida, realize as manobras necessárias. Todos os procedimentos de reanimação são executados com o recém-nascido dentro do saco plástico.

Esta prática pode ser complementada pelo uso de touca para reduzir a perda de calor na região da fontanela. Assim sendo, conforme vimos, a manutenção da temperatura adequada durante a reanimação neonatal é um aspecto essencial para a saúde do bebê. 

Posicionar a cabeça em leve extensão: um passo crucial na reanimação neonatal

Uma etapa primordial na reanimação neonatal é o de posicionar a cabeça do recém-nascido em nível de extensão. Esta posição permite que as vias aéreas sejam abertas de forma eficaz, facilitando a respiração e o risco de proteger as vias aéreas por líquidos ou secreções.

Ao posicionar a cabeça do bebê, o profissional de saúde deve garantir que ela esteja alinhada com o tronco, formando um ângulo de aproximadamente 10 a 15 graus. A posição correta da cabeça é crucial para evitar hiperextensão ou flexão excessiva do pescoço, o que pode dificultar a passagem do ar e prejudicar o metabolismo.

A técnica correta de posicionamento da cabeça em nível de extensão durante a reanimação neonatal é essencial para garantir uma força motora adequada e, consequentemente, aumentar as chances de sobrevivência e recuperação do recém-nascido. É basilar que os profissionais de saúde sejam capacitados para realizar esta manobra com eficácia e alta taxa de sucesso.

Manter a permeabilidade das vias aéreas do recém-nascido na reanimação neonatal

De acordo com o manual de “Atenção à saúde do recém-nascido: guia para profissionais de Saúde” do Ministério da Saúde: 

Para garantir a permeabilidade das vias aéreas, a cabeça deve ser posicionada com uma leve extensão do pescoço, evitando hiperextensão e flexão exagerada. Em algumas situações, pode ser necessário colocar um coxim sob os ombros do recém-nascido para facilitar o posicionamento adequado da cabeça. Em seguida, caso haja excesso de secreções nas vias aéreas, a boca e, posteriormente, as narinas devem ser aspiradas cuidadosamente com uma sonda traqueal conectada a um aspirador a vasilhames, sob uma pressão máxima aproximada de 100 mmHg.

No mesmo documento, o Ministério da Saúde alude que a aspiração da hipofaringe deve ser evitada, pois pode levar à atelectasia, trauma e comprometer o estabelecimento de uma atividade física efetiva. Após a conclusão dos passos iniciais da reanimação, é necessário avaliar a frequência cardíaca e a dinâmica do recém-nascido. Se apresentar vitalidade adequada, com frequência cardíaca superior a 100 bpm e praticante rítmico e regular, o bebê deve receber os cuidados de rotina na sala de parto. Caso o recém-nascido não demonstre melhora após os passos iniciais, a ventilação com pressão positiva é indicada e deve ser iniciada nos primeiros 60 segundos de vida, conhecida como o "minuto de ouro".

Além disso, o manual acima citado do Ministério da Saúde trata dos seguintes itens:

- Ventilação pulmonar;

- Equipamentos de ventilação na sala de parto;

- Oxigênio Suplementar na ventilação;

- Massagem cardíaca e medicações.

O ponto decisivo é de que os profissionais da saúde que conheçam bem os procedimentos de reanimação de reanimação neonatal, serão essenciais para salvar vidas e, por consequência, reduzir a mortalidade infantil, que os últimos vinte anos caiu consideravelmente no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. 

 

¹Cf. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido : guia para os profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 2. ed. atual. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. p.37

Fonte:  Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 2. ed. atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014

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