Benefícios da estimulação elétrica nervosa na reabilitação

A estimulação elétrica nervosa revolucionou a reabilitação fisioterapêutica, tornando-se uma aliada indispensável no tratamento de disfunções musculoesqueléticas e neurológicas. Em contextos críticos — como UTIs — TENS, EMS e FES oferecem alternativas não farmacológicas para dor, prevenção de atrofia e recuperação funcional.

Com boa parte dos pacientes críticos em UTIs desenvolvendo fraqueza muscular adquirida, técnicas como a Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) e Estimulação Muscular Eletrônica (EMS) oferecem soluções não farmacológicas para dor, atrofia e recuperação funcional. 

Este artigo explora como essa tecnologia combate a dependência de medicamentos, acelera a recuperação e devolve autonomia a pacientes, além de guiar profissionais na aplicação segura e especializada dessas ferramentas.

O que é estimulação elétrica nervosa

Aplicação de estimulação elétrica em paciente com lesão na coxa, utilizando eletrodos circulares fixados na parte frontal da coxa e equipamento de controle manual operado pelo fisioterapeuta.

A estimulação elétrica nervosa é uma técnica fisioterapêutica que utiliza correntes elétricas controladas aplicadas através de eletrodos na pele. O objetivo é modular sinais nervosos, estimular contrações musculares e bloquear percepções dolorosas. 

Esse método é amplamente utilizado na reabilitação e no tratamento de diversas condições neuromusculares, sendo dividido em três modalidades principais:

  • TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea): emprega correntes de baixa ou alta frequência para bloquear sinais de dor ou estimular a liberação de endorfinas, tornando-se uma estratégia eficaz no manejo da dor aguda e crônica.
  • EMS (Estimulação Muscular Eletrônica): gera contrações musculares rítmicas, promovendo fortalecimento, prevenção de atrofia e reeducação motora, sendo especialmente útil para pacientes com fraqueza muscular pós-cirúrgica ou neurológica.
  • FES (Estimulação Elétrica Funcional): aplica correntes elétricas para gerar contrações musculares coordenadas com o objetivo de restaurar movimentos funcionais, como a dorsiflexão em casos de lesão neurológica, auxiliando na recuperação de tarefas específicas do dia a dia.

O mecanismo fisiológico dessa técnica é baseado na despolarização de neurônios, onde a corrente elétrica simula potenciais de ação naturais, ativando vias neuromusculares sem esforço voluntário. 

Dessa forma, a estimulação elétrica nervosa se destaca como uma ferramenta valiosa na recuperação funcional e no alívio da dor, proporcionando benefícios tanto para a mobilidade quanto para o bem-estar dos pacientes.

Quando bem indicada e ajustada, a eletroterapia ajuda a reduzir dor, diminuir consumo de analgésicos e acelerar a recuperação funcional em condições agudas e crônicas.

Comparativo de aplicações e objetivos: TENS × EMS × FES

Parâmetro TENS EMS / FES
Objetivo principal Analgesia (bloqueio de sinais e ↑ endorfinas) Contração muscular (força/funcionalidade)
Indicações típicas Lombalgia, OA, tendinites, neuropatias Atrofia, reeducação motora, tarefas funcionais
Cenários de uso Ambulatório, domicílio, dor crônica/aguda Pós-operatório, esporte, neuro/UTI
Ajustes comuns Intensidade confortável; frequência/modulação Parâmetros para gerar contração eficaz e segura

Em osteartrite de joelho, estudos relatam redução de dor e melhora funcional com TENS quando aplicada em protocolos repetidos e adequados.

Em que casos usar

Aplicação de estimulação elétrica em paciente com lesão no joelho, com eletrodos adesivos posicionados sobre a articulação e fios conectados ao aparelho de controle portátil.

A estimulação elétrica nervosa é amplamente validada para diversos cenários clínicos, apresentando benefícios significativos tanto para condições musculoesqueléticas quanto neurológicas. Seu uso mais comum se da no tratamento de:

  • Doenças Musculoesqueléticas: auxilia no manejo da lombalgia, ciatalgia e osteoartrose, além de ser eficaz no tratamento de tendinites (ombro, cotovelo) e bursites. Também desempenha um papel importante na recuperação de lesões esportivas, como entorses e distensões musculares, acelerando o processo de reabilitação.
  • ● Condições Neurológicas: utilizada na recuperação de pacientes que sofreram AVC ou lesões medulares, contribuindo para a reabilitação motora. 
  • UTI: aplicada para prevenir e tratar fraqueza muscular adquirida, ajudando na preservação da massa muscular em pacientes imobilizados.

 

Além disso, é uma alternativa viável para pessoas com neuropatias periféricas, especialmente aquelas associadas ao diabetes, melhorando a condução nervosa e reduzindo sintomas.

Embora ofereça inúmeras vantagens, a estimulação elétrica possui algumas contraindicações. De forma absoluta, não deve ser utilizada em indivíduos com marcapasso, gestantes no primeiro trimestre ou pessoas com epilepsia. 

Já as contraindicações relativas incluem feridas abertas e áreas com perda sensitiva, onde a aplicação deve ser avaliada com cautela.

“A TENS pode aliviar dor ao bloquear sinais nervosos e aumentar endorfinas; a FES recruta músculos para executar tarefas funcionais.”

— Materiais clínicos da Cleveland Clinica.

Como se especializar

Aplicação de eletroestimulação muscular em paciente com lesão na lombar, com eletrodos retangulares fixados na região cervical e lombar, conectados a fios de condução elétrica para tratamento fisioterapêutico.

Se você deseja dominar as técnicas de estimulação elétrica nervosa, precisa investir em formação técnica, ferramentas de avaliação e certificações reconhecidas.

  • Formação técnica: faça uma pós-graduação EAD em fisioterapia, com módulos avançados de Neurofisiologia Aplicada e Protocolos Clínicos;
  • Workshops práticos: treine com mdispositivos TENS/EMS e aprenda sobre ajustes de parâmetros e segurança;
  • Avaliação objetiva: utilize dinamometria para medir seus ganhos de força, Escala EVA para acompanhar a evolução da dor e ultrassonografia muscular para prevenir a atrofia;
  • Certificações: busque cursos avançados em eletroterapia e especializações em Fisioterapia Neurológica ou Ortopédica, garantindo reconhecimento na área.

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Fontes e referências

Perguntas Frequentes (FAQ)

1) Em quanto tempo vejo resultado com TENS?
Depende do quadro e do protocolo. Muitos pacientes percebem alívio em sessões iniciais; quadros crônicos exigem repetição programada.

2) Posso usar aparelho doméstico?
Sim, com orientação profissional para posicionamento dos eletrodos e parâmetros seguros.

3) EMS substitui exercício?
Não. A EMS potencializa, mas não substitui o treinamento ativo e o plano de fisioterapia.

4) FES é apenas para lesão medular?
Não. Também apoia tarefas funcionais após AVC e outras condições neurológicas, de acordo com avaliação.

5) Há efeitos colaterais?
Podem ocorrer irritação cutânea, desconforto por intensidade alta e fadiga localizada — ajuste e supervisão reduzem riscos.

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