Imagine um mundo onde os médicos sabem, antes mesmo de prescrever um remédio, se ele funcionará para você. Isso já não é ficção científica: quase todas as pessoas possuem variações genéticas que influenciam a resposta a medicamentos.

No Brasil, testes genéticos podem reduzir em até 30% os efeitos colaterais e aumentar a eficácia de tratamentos para depressão, câncer e doenças cardiovasculares, por exemplo. 

Neste artigo, vamos explorar como a farmacogenômica, ciência que une genética e farmacologia, está revolucionando a medicina, e por que profissionais que investem em pós-graduação EAD em farmacologia estão liderando essa mudança.

O que são testes genéticos?

Testes genéticos são exames que analisam o DNA humano para identificar variações específicas que podem estar associadas a uma variedade de fatores, incluindo doenças, predisposições genéticas ou respostas a medicamentos. 

Por meio desses testes, é possível obter informações valiosas que ajudam tanto na prevenção quanto no tratamento de condições de saúde. Esses exames são divididos em três categorias principais, cada uma com aplicações distintas e importantes para a medicina moderna.

A primeira categoria é a farmacogenética, que avalia como determinados genes influenciam o metabolismo de medicamentos. Esse tipo de teste é especialmente útil para ajustar tratamentos com maior precisão, como no caso de antidepressivos ou quimioterápicos, reduzindo efeitos adversos e aumentando a eficácia dos medicamentos.

A segunda categoria corresponde aos testes diagnósticos, que são utilizados para detectar mutações genéticas associadas a doenças hereditárias. Um exemplo prático é a identificação de mutações relacionadas à fibrose cística, permitindo diagnósticos precoces e um acompanhamento clínico mais eficaz.

Por fim, os testes genéticos de bem-estar oferecem informações relacionadas a intolerâncias alimentares ou predisposições a deficiências vitamínicas. Testes como os que identificam intolerância à lactose ajudam a personalizar dietas e melhorar a qualidade de vida, além de permitir intervenções nutricionais mais direcionadas.

Como funcionam os testes genéticos?

O processo envolve quatro etapas:

  • Coleta: a primeira etapa consiste na obtenção de uma amostra biológica do paciente, que pode ser feita de maneira simples e não invasiva com um swab bucal (cotonete) ou por meio de uma coleta de sangue. Essa etapa não exige preparo específico, como o jejum, o que facilita sua realização e torna o processo acessível e prático. A qualidade da amostra é essencial para garantir a precisão das análises subsequentes.

  • Sequenciamento: após a coleta, a amostra passa pelo processo de sequenciamento genético, onde técnicas avançadas, como a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) ou o Sequenciamento de Nova Geração (Next-Generation Sequencing, NGS), são aplicadas. 

Essas tecnologias permitem identificar polimorfismos genéticos, que são variações presentes em genes específicos. A identificação dessas variantes genéticas é essencial para compreender como o paciente processa certos fármacos.

  • Análise: na etapa de análise, os dados genéticos obtidos são processados com o auxílio de softwares especializados. Esses sistemas comparam as informações da amostra com bancos de dados genômicos globais, permitindo prever riscos associados a tratamentos medicamentosos e avaliar a eficácia terapêutica de diferentes opções. 

Essa análise detalhada ajuda a identificar possíveis interações negativas entre medicamentos e o perfil genético do paciente, otimizando os resultados clínicos.

  • Laudo: a última etapa é a elaboração de um laudo personalizado, que apresenta recomendações claras para profissionais de saúde que podem consultá-lo. 

O documento indica quais medicamentos são mais compatíveis com o perfil genético do paciente, sugerindo doses ideais e alternativas para minimizar efeitos adversos. Isso proporciona um guia prático para personalizar o tratamento e aumentar a segurança no uso de medicamentos.

Farmacogenômica na prática clínica

A farmacogenômica já está presente na prática clínica de hospitais de referência, onde médicos contam com alertas no prontuário eletrônico para identificar riscos genéticos relacionados à toxicidade de medicamentos. Essa tecnologia tem possibilitado avanços significativos em diferentes áreas da medicina, com casos de sucesso que destacam seus benefícios.

Na área de depressão, por exemplo, estudos apontam que os testes genéticos podem aumentar em até um terço a taxa de remissão dos pacientes em um período de oito semanas, personalizando as escolhas terapêuticas. 

Em oncologia, alguns medicamentos são prescritos exclusivamente para pacientes que possuem genes KRAS normais, evitando a utilização de terapias ineficazes e gastos desnecessários. 

Já na cardiologia, o uso do anticoagulante clopidogrel é cuidadosamente avaliado; portadores da variante inativa do gene CYP2C19 têm seu uso evitado, reduzindo assim o risco de eventos cardiovasculares graves, como o infarto.

Apesar dos avanços, a implementação da farmacogenômica ainda enfrenta desafios significativos. O custo é um dos principais obstáculos, com testes apresentando valores elevados, o que restringe o acesso por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Outro desafio é a educação médica, uma vez que apenas uma pequena parcela dos médicos brasileiros demonstra familiaridade com a aplicação prática da farmacogenômica, evidenciando a necessidade de capacitação e disseminação de conhecimento na área.

Como se especializar?

Se você quer se aprofundar em farmacogenômica e se destacar nessa área, tem algumas opções super interessantes para explorar. Uma delas é fazer uma pós-graduação, como os cursos EAD em farmacologia. Outra alternativa incrível são as certificações internacionais, que focam diretamente em farmacogenômica e oferecem muita prática.

Além disso, parcerias com laboratórios são uma ótima oportunidade. Eles oferecem treinamentos voltados para interpretar os laudos genéticos, o que é essencial para quem quer aplicar esses conhecimentos no dia a dia. Também vale acompanhar publicações científicas para se manter atualizado sobre o que há de mais recente.

Os testes genéticos estão reescrevendo as regras da farmacologia. Ao substituir o método de "tentativa e erro" por prescrições baseadas em DNA, eles reduzem custos, melhoram resultados e salvam vidas. 

No entanto, desafios como acesso desigual e capacitação profissional precisam ser superados. Para se destacar nessa revolução, invista em uma especialização em farmacologia e se prepare para a medicina do futuro!

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