As infecções pulmonares estão entre as principais causas de hospitalização no Brasil. Essas infecções, que variam de casos leves a quadros potencialmente fatais, exigem atenção especial de profissionais da saúde, principalmente aqueles que desejam se especializar em infectologia.
Com a crescente resistência microbiana e os desafios ambientais, como a poluição do ar, entender como tratar infecções pulmonares tornou-se uma competência crítica para profissionais de farmácia e enfermagem.
Neste artigo, vamos explorar desde os sintomas até as estratégias de prevenção, além de destacar como cursos capacitantes vão te ajudar a atuar nessa área essencial.
O que são infecções pulmonares?
As infecções pulmonares são inflamações provocadas por agentes patogênicos, como vírus, bactérias ou fungos, que afetam estruturas importantes do sistema respiratório, incluindo os alvéolos, brônquios e a pleura.
Essas condições comprometem significativamente a função respiratória e, caso não sejam tratadas de forma adequada, podem evoluir para quadros graves, como pneumonia ou até mesmo abscesso pulmonar.
Diversos fatores de risco estão associados ao desenvolvimento dessas infecções. O tabagismo, por exemplo, é responsável pela maioria dos casos de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), sendo uma das principais causas de complicações respiratórias.
Outro fator preocupante é a exposição a poluentes atmosféricos, que aumenta o risco de bronquite crônica. Além disso, doenças crônicas como diabetes e HIV, que debilitam o sistema imunológico, tornam os indivíduos mais suscetíveis a essas infecções e suas complicações.
Tipos de infecção pulmonar
As infecções pulmonares variam em tipos e sintomas, dependendo do agente causador. A pneumonia, por exemplo, é frequentemente causada por Streptococcus pneumoniae ou vírus como o influenza, e manifesta-se com febre alta acima de 38°C, tosse com catarro amarelado e dor pleurítica.
Já a bronquite aguda é geralmente de origem viral, caracterizada por inflamação dos brônquios, tosse persistente e produção de muco esbranquiçado.
A tuberculose pulmonar, por sua vez, é causada pelo Mycobacterium tuberculosis e apresenta sintomas marcantes, como tosse crônica com duração de três ou mais semanas, sudorese noturna e perda de peso significativa.
Finalmente, a COVID-19, provocada pelo SARS-CoV-2, pode gerar pneumonia viral grave, necessitando de oxigenoterapia em alguns casos.
Infecções Pulmonares de Repetição
Pacientes com DPOC ou fibrose cística têm maior risco de infecções recorrentes. Em crianças, a bronquiolite viral pode levar a complicações crônicas. A imunossupressão (por quimioterapia ou HIV) também é um fator crítico.
Quais são os principais sintomas de infecções pulmonares?
Os sintomas de infecções pulmonares podem variar em intensidade, com alguns sendo mais comuns e outros indicativos de gravidade. Entre os sintomas comuns, destaca-se a tosse persistente, que pode ser seca ou produtiva, febre acima de 38°C, dor torácica ao respirar e fadiga intensa.
No entanto, é fundamental estar atento aos sinais de gravidade, como dificuldade respiratória mesmo em repouso, lábios ou unhas azulados (indicando cianose), confusão mental ou desorientação, e pressão arterial baixa, inferior a 90/60 mmHg.
Um exemplo clínico ilustrativo é o de um paciente com pneumonia bacteriana que apresenta hemoptise, ou seja, escarro com sangue. Esse quadro requer intervenção imediata, geralmente com antibioticoterapia, para evitar complicações graves.
Como tratar infecções pulmonares?
O tratamento das infecções pulmonares depende do agente causador e da gravidade do quadro clínico. Em relação aos medicamentos, os antibióticos, como azitromicina para pneumonia bacteriana ou amoxicilina com clavulanato para bronquite, são recomendados em casos específicos.
Já os antivirais, como o oseltamivir (Tamiflu), são indicados para influenza, preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. Para infecções causadas por fungos, o antifúngico voriconazol é usado, especialmente em pacientes imunodeprimidos.
Na área de suporte respiratório, a oxigenoterapia é indicada quando a saturação de oxigênio no sangue está abaixo de 92%. Para casos mais graves, envolvendo insuficiência respiratória aguda, a ventilação mecânica pode ser necessária.
Além disso, cuidados adicionais também são essenciais. A hidratação, com o consumo de 2 a 3 litros de água por dia, ajuda a fluidificar secreções, enquanto a fisioterapia respiratória, com técnicas como vibração torácica, auxilia na eliminação de muco e na recuperação da função pulmonar.
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O que pode acontecer se não houver tratamento correto?
As complicações graves das infecções pulmonares incluem sepse, que é uma infecção generalizada e apresenta uma taxa de mortalidade de quase metade dos casos.
Outra complicação comum é a insuficiência respiratória, que ocorre em 25% dos casos de pneumonia não tratada, exigindo internação em UTI. Por fim, a fibrose pulmonar, caracterizada por danos irreversíveis aos alvéolos, é frequentemente observada em quadros graves de COVID-19.
Para prevenir essas infecções, várias estratégias eficazes podem ser adotadas. Entre elas está a vacinação, que desempenha um papel essencial. A vacina contra influenza reduz as hospitalizações em 60% entre idosos, enquanto a vacina pneumocócica protege contra 23 cepas de Streptococcus pneumoniae.
No aspecto de controle ambiental, o uso de máscaras N95 em áreas poluídas ajuda a reduzir a inalação de partículas em 95%, e a ventilação adequada de ambientes diminui a concentração de patógenos.
Além disso, hábitos saudáveis são fundamentais. O abandono do tabagismo reduz o risco de DPOC em cerca de metade após um ano, enquanto uma dieta rica em vitamina C fortalece a imunidade mucosa respiratória, ajudando na proteção contra infecções.
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Como se especializar?
Para se especializar no manejo de infecções pulmonares, os cursos de pós-graduação oferecem uma formação técnica de alto nível. Uma excelente opção é a Pós-Graduação EAD em Enfermagem em Infectologia, oferecida pela São Camilo, que inclui módulos dedicados à epidemiologia e ao controle de surtos.
Outra alternativa relevante é a Especialização em Farmácia Clínica em Infectologia, também da São Camilo, com foco na farmacoterapia de antimicrobianos e na resistência bacteriana.
Esses cursos ajudam os profissionais a desenvolver competências essenciais, como a interpretação de culturas microbiológicas, a prescrição segura de antimicrobianos e a gestão de programas de prevenção em comunidades. Essa formação permite uma abordagem mais estratégica e eficaz no manejo de infecções pulmonares.