As práticas integrativas no Sistema Único de Saúde (SUS) representam uma abordagem inovadora e humanizada para promover saúde e bem-estar em larga escala. Em um país com dimensões continentais e diversidade cultural como o Brasil, integrar terapias complementares à medicina convencional é uma estratégia essencial para ampliar o acesso a cuidados mais holísticos e sustentáveis.

Essas práticas, que vão desde a acupuntura até o uso de plantas medicinais, não apenas complementam tratamentos tradicionais, mas também fortalecem a prevenção de doenças e a promoção da qualidade de vida.

Neste artigo, você vai entender o que são as práticas integrativas, como elas funcionam no SUS, em quais casos são indicadas e quais caminhos seguir para se especializar nessa área transformadora. Seja você um gestor em formação ou um profissional buscando novas ferramentas para impactar comunidades, este artigo oferece insights práticos para aplicar conhecimento com impacto real.

 

O que são práticas integrativas?

As Práticas Integrativas e Complementares (PICS) são abordagens terapêuticas que combinam conhecimentos tradicionais e científicos para promover saúde física, mental e emocional.

Diferentemente da medicina convencional, que foca em sintomas específicos, as PICS tratam o indivíduo como um todo integrado, considerando aspectos sociais, ambientais e emocionais.

No SUS, elas foram institucionalizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) em 2006, com o objetivo de ampliar o acesso a terapias menos invasivas e mais sustentáveis.

“As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade.”

Fonte: Ministério da Saúde

 

Tipos de práticas integrativas

Profissional realiza massagem terapêutica nos ombros de paciente em ambiente clínicoAs Práticas Integrativas e Complementares em Saúde disponíveis no SUS são classificadas em três grupos principais, que foram incorporados gradualmente desde 2006, ampliando o acesso a abordagens terapêuticas alternativas e complementares.

O primeiro grupo inclui as Práticas Corporais e Energéticas, como yoga, meditação, tai chi chuan e reiki, que promovem equilíbrio físico e mental por meio de técnicas que estimulam a concentração, o relaxamento e o fortalecimento do corpo.

O segundo grupo corresponde às Terapias Manuais, que englobam quiropraxia, osteopatia e reflexoterapia. Essas técnicas atuam diretamente na estrutura corporal, auxiliando na melhora da postura, no alívio de tensões e na recuperação funcional de diferentes partes do corpo.

Já o terceiro grupo é formado pelos Recursos Naturais, como fitoterapia, geoterapia e apiterapia, que utilizam plantas medicinais, argila e produtos derivados das abelhas para auxiliar no tratamento de diversas condições de saúde.

Entre as PICS mais procuradas no SUS, destaca-se a acupuntura, amplamente utilizada para o tratamento de dores crônicas e ansiedade. A yoga, por sua vez, é reconhecida por seus benefícios na redução do estresse e da pressão arterial, integrando corpo e mente para promover mais qualidade de vida.

Já a fitoterapia se destaca pelo uso de plantas medicinais como camomila, frequentemente prescritas para infecções respiratórias e insônia, proporcionando uma alternativa natural para complementar tratamentos convencionais.

Leia mais: Conheça as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS)

  • ● Acupuntura para dores crônicas e ansiedade.
  • ● Yoga para redução do estresse e da pressão arterial.
  • ● Fitoterapia com plantas medicinais como camomila para infecções respiratórias e insônia.

“As práticas integrativas e complementares em saúde têm sido reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde como importantes recursos para a promoção, prevenção e tratamento de doenças, devendo ser incorporadas aos sistemas nacionais de saúde de forma segura e eficaz.”

Fonte: Organização Mundial da Saúde

Fonte: Organização Mundial da Saúde

Grupos de PICS no SUS e exemplos mencionados no texto

Grupo Exemplos Benefícios destacados
Práticas Corporais e Energéticas Yoga, meditação, tai chi chuan, reiki Equilíbrio físico e mental; concentração, relaxamento e fortalecimento do corpo
Terapias Manuais Quiropraxia, osteopatia, reflexoterapia Melhora da postura, alívio de tensões e recuperação funcional
Recursos Naturais Fitoterapia, geoterapia, apiterapia Uso de plantas, argila e produtos das abelhas em diversas condições de saúde
 
 

Em quais casos são indicadas?

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde são amplamente recomendadas para diversas condições, trazendo benefícios significativos na promoção da saúde e na qualidade de vida.

No tratamento de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e dores lombares, técnicas como yoga e meditação demonstraram resultados expressivos, reduzindo o uso de analgésicos por pacientes que adotam essas práticas regularmente.

Além disso, as PICS também desempenham um papel fundamental na saúde mental, auxiliando no controle de ansiedade, depressão e estresse. Outro benefício essencial das PICS está na prevenção, incentivando o autocuidado em unidades básicas de saúde (UBS) e reduzindo a necessidade de internações.

  • ● Redução do uso de analgésicos em doenças crônicas.
  • ● Apoio à saúde mental no controle de ansiedade, depressão e estresse.
  • ● Incentivo ao autocuidado e prevenção, reduzindo internações.
Outro benefício essencial das PICS está na prevenção, incentivando o autocuidado em unidades básicas de saúde (UBS) e reduzindo a necessidade de internações.
 

Como aplicar práticas integrativas no SUS?

No SUS, as PICS representam uma revolução silenciosa, ampliando o acesso a tratamentos alternativos e fortalecendo o cuidado integral. Em 2023, essas práticas foram ofertadas para mais de 7 milhões de brasileiros.

Fachada com logotipo do SUS em prédio de serviço público de saúde

Para que a implementação das PICS seja bem-sucedida, é necessário um planejamento estratégico e integração multidisciplinar. O primeiro passo é capacitar as equipes, garantindo que os profissionais recebam formação adequada.

A integração na Atenção Básica também é fundamental, já que boa parte das PICS são aplicadas em UBS. Um exemplo prático dessa abordagem é a inclusão de yoga em grupos de hipertensos, ajudando na redução da pressão arterial e no controle do estresse.

Além disso, o registro e monitoramento dos atendimentos é essencial para avaliar a efetividade das práticas. Nesse sentido, as parcerias com a comunidade também fortalecem a adesão às práticas integrativas, como ocorre em oficinas para mães em postos de saúde, que contribuem para o vínculo afetivo e aumentam a adesão ao pré-natal.

Ainda assim, existe a resistência de alguns profissionais à mudança de paradigma, dificultando a implementação em larga escala. Superar essas barreiras requer investimento contínuo, sensibilização e adaptação dos protocolos, garantindo que as PICS possam oferecer um impacto cada vez maior na saúde pública.

  • ● Capacitar as equipes e ofertar formação adequada.
  • ● Integrar na Atenção Básica e em grupos de usuários.
  • ● Registrar e monitorar atendimentos, com parcerias comunitárias.

“As práticas integrativas no SUS ampliam as possibilidades de cuidado, favorecem a promoção da saúde e fortalecem o protagonismo do usuário na construção de sua própria qualidade de vida.”

Fonte: Fiocruz

 

Como as práticas integrativas complementam tratamentos convencionais?

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde não substituem a medicina tradicional, mas atuam como um complemento poderoso, potencializando seus efeitos e trazendo benefícios significativos para pacientes e profissionais.

UÍcones representando diferentes práticas integrativas como ioga, acupuntura e plantas medicinaism dos impactos mais evidentes é a redução de custos, como observado em hospitais que adotaram reiki, onde houve uma diminuição no uso de opioides pós-cirúrgicos, evidenciando como essas terapias podem contribuir para um manejo mais seguro da dor.

Além disso, essas práticas promovem humanização no tratamento, fortalecendo o vínculo entre pacientes e equipes médicas. Outra grande vantagem das PICS está na prevenção de agravos, especialmente no contexto da saúde dos profissionais.

A meditação realizada em Unidades Básicas de Saúde também pode contribuir para a redução dos casos de burnout entre profissionais, mostrando que essas práticas não beneficiam apenas os pacientes, mas também ajudam na qualidade de vida e no equilíbrio emocional das equipes de saúde.

  • ● Redução de custos e de opioides pós-cirúrgicos com terapias como reiki.
  • ● Humanização do cuidado e fortalecimento do vínculo terapêutico.
  • ● Apoio ao bem-estar de profissionais, com menor risco de burnout.
 

As práticas integrativas no SUS são mais que terapias alternativas: são ferramentas de equidade e eficiência. Com 29 opções disponíveis e 8 mil estabelecimentos de saúde oferecendo atendimento, elas representam um avanço na humanização da saúde pública.

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FAQ

  1. As PICS substituem tratamentos convencionais?

    Não. Elas complementam o cuidado tradicional e devem ser indicadas por profissionais conforme cada caso.

  2. Onde as PICS costumam ser ofertadas?

    Principalmente na Atenção Básica (UBS), integradas a grupos e ações de promoção do autocuidado.

  3. Quais são exemplos de PICS citados no texto?

    Acupuntura, yoga, meditação, quiropraxia, osteopatia, reflexoterapia, fitoterapia, geoterapia e apiterapia.

Referências

Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) — Ministério da Saúde

Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares completa 15 anos — Fiocruz

Traditional, Complementary and Integrative Medicine — Organização Mundial da Saúde (OMS)

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