Uma das coisas mais importantes a ser apreendida é a noção e consciência de que a criança é um ser pensante, cheio de complexidades, necessidades e dotadas de possibilidades de entendimento. 

Dito isso, profissionais da saúde, educação ou de qualquer outra área (passando pelos pais e cuidadores delas) precisam começar a tratá-las a partir dessa compreensão. 

Este texto tratará, especificamente, da criança em um contexto de vulnerabilidade, que é quando se dá a hospitalização. 

E nesse ambiente, assim como em todos os outros, o tratamento não pode ser diferente: ela precisa entender sua condição naquele presente local, espaço e tempo.

 

A inserção do brinquedo terapêutico como amenizador do trauma que poderá ser causado a tal criança é uma das soluções que mais respeitam o processo de subjetivação desses seres. 

 

O brinquedo terapêutico

É importante observar que esse processo não se trata de um simples brincar e se distrair, embora isso também seja importante em se tratando de crianças. Pois é assim que elas aprendem e apreendem o mundo a sua volta. A ludicidade é fundamental em todas as vivências e experiências nessa fase. 

Antes de qualquer coisa, ele tem como finalidade auxiliar no processo de tratamento. Tanto para a criança criar entendimento de sua condição e do que está sendo realizado nela, quanto para pais, médicos, enfermeiros, psicólogos saberem quais os efeitos causados, quais as dores sentidas e, por fim, quais interferências estão sendo causadas no psicológico delas.

Portanto, o brinquedo terapêutico é a ligação e a interação entre a criança, seus traumas e dores e os médicos e enfermeiros. A partir daí o tratamento pode se dar de uma maneira mais eficaz. 

 

Como se deu a inserção do brinquedo terapêutico? 

O brinquedo como processo terapêutico foi implementado em 1970 na Enfermagem Pediátrica. 

E em 2017 o Conselho Federal de Enfermagem (o COFEN), por meio da resolução 546/2017, estabeleceu suas bases e atribuiu à equipe de enfermagem sua utilização, supervisão e prática supervisionada. 


Quais as possibilidades de se trabalhar com o BT?

Há alguns caminhos para se trabalhar com o brinquedo terapêutico, assim como há alguns tipos deles. 

A saber:

– O brinquedo dramático: dá à criança capacidade de expressar seus sentimentos. Por meio dele, é possível que a criança se comunique e comunique o que ela acha que vai enfrentar durante uma cirurgia, por exemplo. Ele permite uma descarga emocional.

– O brinquedo instrucional: Ele prepara a criança para passar por algum procedimento. E ensina a ela como ela deve se comportar, a fim de auxiliar/contribuir para tal. 

É uma espécie de instruções de como se portar, o que fazer, mas também um demonstrativo do que vai acontecer com ela. 

– O brinquedo capacitor das funções fisiológicas: prepara a criança para lidar com suas novas condições fisiológicas. Por exemplo, uso da sonda. 



A Enfermagem e o uso do brinquedo terapêutico

Como dito anteriormente, a equipe de Enfermagem é a responsável pela utilização, supervisão e acompanhamento do brinquedo terapêutico durante todo o processo de hospitalização da criança. 

Para isso, é preciso que a equipe esteja preparada, com profissionais da pediatria, pedagogia hospitalar e neuroeducação. É necessário que estejam devidamente alinhados e que dominem as técnicas de uso do BT, para que ele seja devidamente inserido, e para que suas características curativas sejam bem utilizadas. Surtindo o efeito a que se destina. 

Portanto, é importante que os profissionais estejam constantemente se atualizando e se preparando para atuarem da maneira mais adequada. 

A São Camilo oferece aos profissionais os melhores cursos de pós-graduação na área de Enfermagem.  

 

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