Existe uma parcela razoável de brasileiros que convive diariamente com um inimigo perigoso: as doenças reumáticas. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, são 15 milhões de brasileiros afetados pelas doenças reumáticas. A doença atinge homens e mulheres, mas o perfil mais vulnerável é o das mulheres entre 30 e 40 anos. Entre as doenças reumáticas, o tipo mais comum da doença é a osteoartrite.

Doenças reumáticas é um grupo de mais de 120 enfermidades que causam limitações, aposentadorias precoces e sério impacto no sistema de saúde do país.

Como informa uma publicação do Ministério da Saúde, popularmente conhecidas como Reumatismo, as doenças reumáticas podem atingir pessoas de todas as idades e representam o conjunto de diferentes doenças que acometem o aparelho locomotor, ou seja, ossos, articulações, cartilagens, músculos, tendões e ligamentos.

Alguns pensam que se trata apenas de uma inflamação das “juntas”, mas algumas doenças reumáticas podem acometer ossos, músculos e comprometer outras partes e funções do corpo humano, como rins, coração, pulmões, olhos, intestino e até a pele.

Dores e inchaço nas articulações  são os sintomas mais comuns, mas qualquer um dos sintomas abaixo podem ser indicativos de uma doença reumática:
- dificuldade para se movimentar ou rigidez nas articulações ao acordar;
- diminuição da flexibilidade da coluna ao calçar os sapatos;
- limitação ao pentear os cabelos;
- dificuldade para escovar os dentes;
- dor, inchaço e calor nas articulações.

Um problema recorrente é que muitas pessoas ignoram os sintomas e postergam o tratamento por muito tempo. Isso agrava os sintomas e pode levar à incapacidade física, inclusive provocando o afastamento do trabalho ou aposentadoria precoce.

O problema é tão sério que, em 2014, as doenças reumáticas lideraram as concessões de benefícios da Previdência Social, com 19% dos  auxílios-doenças e 13,15% das aposentadorias por invalidez — de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia.

 

A Anamnese em pacientes reumatológicos
Isso torna muito importante que a anamnese dos pacientes reumatológicos seja muito bem feita. Como observa a médica reumatologista, Dra. Sarah Gomes Diógenes, “a anamnese de uma paciente reumatológico deve ser feito de forma detalhada e completa, já que 85% dos diagnósticos são feitos com base apenas na anamnese, 10% são feitos utilizando os dados do exame físico e apenas 5% são feitos com ajuda dos exames laboratoriais e complementares”.

A Dra. Sarah dá três orientações para o profissional que vai fazer a anamnese de um paciente de doenças reumáticas:

- Faça uma investigação por órgão e aparelhos, porque muitas doenças reumáticas são doenças sistêmicas.
- Lembre-se de que as doenças reumáticas possuem uma genética muito forte; então, é preciso investigar detalhadamente a história familiar.
- É importante investigar também o histórico sexual do paciente, devido a artrite gonocócica.

Em um artigo sobre Anamnese e Avaliação Inicial do Paciente Reumatológico,Ricardo Fuller, Doutor em Reumatologia, dá várias recomendações aos profissionais responsáveis pela anamnese dos pacientes. Ele observa, por exemplo, que as manifestações das doenças reumáticas podem se dividir em articulares e extra-articulares. O Dr. Fuller diz também que:

“As manifestações articulares das doenças reumatológicas devem ser caracterizadas principalmente quanto à duração (aguda ou crônica), número de articulações envolvidas (mono, pauci ou poliarticular), presença ou não de simetria, topografia (axial ou periférica) e tipo de dor (mecânica ou inflamatória).”

Esse é um tema de grande importância. Se você se interessa pelo assunto, conheça a Pós EAD em Farmácia clínica em reumatologia do Centro Universitário São Camilo.
 

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