Mas afinal, trata-se da doença classificada como arma de bioterrorismo? 

A varíola já foi responsável por trazer colapsos para impérios como o Inca e Astecas.

Graves epidemias ao longo dos séculos a tornaram um dos pesadelos do mundo.

Mas, e nós com isso, agora, em pleno 2022? 

Varíola pelo mundo

A varíola é uma doença conhecida e temida desde a antiguidade. 

Seu surgimento ocorreu por volta de 10.000 a.C., quando surgiram os primeiros assentamentos agrícolas.

Estudos comprovam que ela se espalhou no mundo inteiro e, ao contrário do que acontece hoje, não se sabia exatamente do que se tratava, nem como tratar de suas causas e consequências.

No Brasil

Durante muitos séculos, a varíola foi a causa da morte de muitos escravizados e indígenas. Ela se disseminava pelos sertões, alcançando esses trabalhadores das plantações de cana-de-açúcar no Nordeste e das extrações de ouro em Minas Gerais.

Por não saberem do que se tratava, a opção era levar os infectados para lugares longe da convivência do restante da população, deixando que morressem sem cuidados ou supervisão. 

Em São Paulo, foi construído um "lazareto" na antiga estrada do Araçá.  E em 8 de janeiro de 1880 foi inaugurado o Hospital de Isolamento de São Paulo.

Que, com o tempo, transformou-se em um hospital para todas as doenças infecciosas.

O Instituto de Infectologia Emílio Ribas ainda guarda o primeiro pavilhão do antigo hospital. 


Ciclo vacinal para a varíola dos macacos

Países da Europa e da América do Norte já estão em seus processos de 

vacinação

Há cerca de uma década, a farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic desenvolveu um imunizante a partir do vírus vaccinia, que pertence à mesma família do smallpox (o causador da varíola humana) e do monkeypox (ou varíola dos macacos). Ela traz o vírus vaccinia atenuado, que vai promover a imunização cruzada.

Nos Estados Unidos, ela é conhecida como Jynneos. Já na Europa, o nome deste produto é Imvanex.

"Trata-se de um vírus tão atenuado que ele nem consegue se replicar nas células humanas. Mesmo assim, ele gera uma resposta imune que protege contra o monkeypox", explica Clarissa Damaso, virologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A Jynneos/Imvanex é aplicada num esquema de duas doses, com um intervalo de quatro semanas entre a primeira e a segunda.

Em breve, também no Brasil

No Brasil, segundo as últimas informações divulgadas pelo ministro da saúde, Marcelo Queiroga, a tendência é que se respeite o esquema de duas doses do produto da Bavarian Nordic.

A previsão de chegada ao Brasil é segunda quinzena do mês de Setembro. 50 mil doses do imunizante.

Com possibilidade de fracionar cada dose em até cinco partes. 

E a prioridade será dada a profissionais da saúde e a quem teve contato direto com a doença

Nos Estados Unidos há uma segunda opção disponível, a ACAM2000.

Sua utilização, no entanto, é proibida em pessoas e grupos que apresentam problemas em seus sistemas imunológicos. 

Além dessas duas opções, estudos comprovam que quem se imunizou na década de 1980 contra a smallpox, pessoas com mais de 40 anos, estará também com um bom nível de proteção contra a monkeypox. 

Embora tenha acontecido a erradicação da doença e seu imunizante não seja produzido desde então. 

Queiroga também comentou que há um candidato a imunizante brasileiro na fase de estudos que poderá ser utilizado no futuro, caso se tenha a "indicação de vacinação para um grupo maior de pessoas"

Ele foi desenvolvido na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, se necessário, será fabricado no Instituto Biomanguinhos, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).

E quanto ao bioterrorismo…

Bem, isso a gente deixa para outra conversa. 

Vamos nos concentrar na cura e prevenção da população brasileira 

Compartilhe essa notícia