A Síndrome de Burnout é um estado de fadiga física e, principalmente, mental que o trabalhador vivencia no trabalho. O profissional se sente incapaz de se concentrar, memorizar e realizar qualquer tarefa, por mais simples que ela seja. Os efeitos ruins do burnout na empresa costumam aumentar significativamente antes que alguém reconheça e resolva o problema.

Também chamada de síndrome do esgotamento profissional, o Burnout normalmente acontece quando o colaborador passa períodos extensos de forte pressão psicológica e física, que elevam o nível de estresse.

Se o trabalhador não consegue descansar de modo satisfatório, se não encontra motivação e alegria na sua atividade, se trabalha continuamente sob pressão e em constante fadiga, ele pode “queimar até o fim” suas reservas emocionais e sua disposição mental.

“Queimar até o fim” é a tradução da palavra inglesa Burnout e descreve o estado de alguém esgotado física e mentalmente. É exatamente isso que acontece quando um trabalhador dedica-se de forma tão intensiva que esgota as suas energias por não ter tempo de se recuperar, devido ao fluxo de trabalho.

 

Quais são os números da Síndrome de Burnout no Brasil?

Segundo levantamento anual da Previdência, em 2019, houve cerca de 455 afastamentos de profissionais do local de trabalho por conta da Síndrome de Burnout. O número pode não parecer tão alto, mas é 32,10% maior que no ano anterior. Além disso, há de considerar que a Síndrome de Burnout não é de fácil diagnóstico e que muitos trabalhadores afetados não procuram um médico.

Muitas pesquisas apontam a relação cada vez mais crescente entre estresse e vida profissional — que é justamente a origem da Síndrome de Burnout. Uma dessas pesquisas é a sondagem do Instituto de Psicologia e Controle do Stress, que aponta que 34% da população brasileira lida diariamente com um estresse excessivo, sendo a sobrecarga no trabalho um dos principais fatores de estresse.

O International Stress Management Association produziu um levantamento sobre o estresse dentro das organizações e concluiu que o Brasil figura em primeiro lugar entre os países do Ocidente. Segundo o Instituto, os casos de Síndrome de Burnout já atingem cerca de 32% dos trabalhadores brasileiros, embora apenas uma parcela irrisória realmente receba o diagnóstico médico.

 

O que as empresas podem fazer para proteger seus funcionários da Síndrome de Burnout?

As organizações precisam criar espaços de trabalho que sejam humanizados, empáticos e acolhedores. Um ambiente de trabalho que seja capaz de proporcionar satisfação profissional.

Cada vez mais empresários têm buscado auxílio de Psicólogos Organizacionais para ajudá-los na elaboração de novas normas internas de conduta, desenvolvimento de uma cultura de feedbacks, cobrança de metas coerentes com a realidade da organização e delegação rotatória de atividades.

Ações como essas praticamente blindam os funcionários contra doenças como a Síndrome de Burnout.

Logo abaixo há dois exemplos de ações que têm se tornado comuns em empresas grandes e pequenas com o objetivo de assegurar que o local de trabalho seja humanizado e acolhedor para o funcionário - onde ele esteja a salvo de perigos como a Síndrome de Burnout.

 

9 práticas para sua empresa virar um ótimo lugar para trabalhar

A Great Place to Work (GPTW) é uma consultoria que virou uma bússola para empresas determinadas a melhorar o dia a dia dos funcionários e gestores ー o que inevitavelmente gera melhores resultados. A GPTW usa nove práticas para avaliar o quanto uma empresa é um bom lugar para trabalhar. São elas:

 

  1. INSPIRAR: Sem inspiração, afinal, nenhum profissional vê sentido nas atividades que desempenha no dia a dia.

  2. FALAR: A comunicação deve ser clara e de fácil entendimento para todos.

  3. ESCUTAR: É uma prática fundamental para as companhias que prezam pela autonomia de seus funcionários, que acabam motivados a dar sugestões para melhorar o ambiente de trabalho.

  4. AGRADECER: Uma atmosfera de trabalho positiva e equilibrada está diretamente ligada ao agradecimento a cada colaborador pelo seu engajamento e produtividade.

  5. DESENVOLVER: Se a sua empresa promove o desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores, ela está mais próxima de ser considerada um excelente lugar para trabalhar.

  6. CUIDAR: A saúde mental e o bem-estar dos colaboradores devem ser as prioridades dos gestores, especialmente no atual contexto.

  7. COMPARTILHAR: Funcionários precisam estar envolvidos e bem informados sobre iniciativas e resultados.

  8. CELEBRAR: Todas as conquistas devem ser celebradas com as equipes para manter o engajamento.

  9. CONTRATAR E RECEBER: A empresa é avaliada desde a etapa do recrutamento até o momento de integração dos novos funcionários, incluindo o processo seletivo e o período de adaptação.

 

Oito dicas para manter os colaboradores felizes e livres da Ansiedade, Depressão e Síndrome de Burnout.

Brandon Ivan Pena é o CEO e fundador ativo da 787 Coffee Co. Nomeado pela Forbes "The Next 1000" como o líder de uma das empresas de crescimento mais rápido de 2021 na América e pelo Yahoo Finance como um dos 10 principais empreendedores a seguir após o COVID-19, ele usa princípios da psicologia organizacional para manter sua equipe feliz e proativa.

 

  1. ATENÇÃO ÀS CONTRATAÇÕES: Lembre-se de procurar pessoas que se alinhem com sua missão, seus valores e o que você deseja para sua empresa. Colaboradores são mais suscetíveis à ansiedade, depressão, desgaste emocional e Burnout quando estão em desajuste com o “ritmo” da empresa.

  2. DÊ O EXEMPLO: Se você espera que os membros de sua equipe sejam felizes e proativos, você precisa mostrar a eles como isso é feito.

  3. CONFIE EM SUA EQUIPE: É importante delegar tarefas e confiar nas pessoas que você contratou para fazer o trabalho. 

  4. INCENTIVE— E USE — O FEEDBACK DA EQUIPE: Mesmo quando dizem que não se importam, a maioria das pessoas reage positivamente quando suas opiniões são consideradas pelos outros.

  5. ATRIBUA TAREFAS DESAFIADORAS: Os funcionários precisam ser desafiados e receber problemas para resolver. Poucas coisas fazem tão bem à saúde emocional dos colaboradores.

  6. RECONHEÇA E RECOMPENSE O BOM TRABALHO: Elogie o funcionário que fez um bom trabalho e certifique-se de que toda a empresa sabe disso — a tática dá ao resto da equipe uma meta a ser alcançada.

  7. PRIORIZE O EQUILÍBRIO ENTRE VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL: Para evitar que sua equipe se esgote, é fundamental criar um ambiente de trabalho positivo para que eles se sintam realizados.

  8. OFEREÇA OPORTUNIDADES PARA APRENDER E CRESCER: A falta de oportunidades pode acabar quebrando o espírito dos colaboradores. Garanta que eles tenham expectativas e oportunidades de ascensão profissional.

 

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