O ser humano possui cerca de 25 mil genes, que se encontram abrigados nas células. Esses genes guardam toda a informação empregada na construção e na manutenção de um organismo vivo. Essas células são parte do processo de produção de proteínas, as quais são responsáveis pelo controle do nosso metabolismo e pelo funcionamento do organismo. Entre muitas substâncias envolvidas nesse processo, podemos destacar a insulina, hormônio fundamental para o controle da concentração de glicose na corrente sanguínea. Outra molécula de extrema importância é a GLUT-A, que tem a função de transportar a glicose do sangue para dentro da célula muscular e do tecido adiposo. Esses dois hormônios são proteínas produzidas e reguladas pelo estímulo exercido sobre seus respectivos genes.

Nossos genes possuem a função de serem “ligados” ou “desligados” a partir da reação a sinais específicos, entre eles a presença de nutrientes e outros compostos fornecidos pela alimentação. A partir dessa perspectiva, é possível afirmar que determinados nutrientesfornecidos a partir do consumo alimentar são capazes de influenciar a forma como o organismo habilita e controla a função de diferentes genes.

 

A ciência nutricional genética

A partir dessas descobertas, no final do século XX, uma nova área da ciência nutricional passou a ser estudada e desenvolvida: a Genômica Nutricional. Hoje, essa ciência é subdividida em três sub áreas: Nutrigenômica, Nutrigenética e Epigenômica Nutricional.

Para compreender melhor cada uma dessas subáreas, podemos citar três situações nas quais a Genômica Nutricional está presente. A Nutrigenômica, por exemplo, estuda o modo como os nutrientes e os compostos bioativos dos alimentos influenciam na atividade dos genes. A vitamina D, por exemplo, que, associada a proteínas, influencia a atividade de genes relacionados ao aproveitamento do cálcio, que é um importante mineral. Dessa forma, temos a ação da vitamina D no metabolismo ósseo.

A sub área Nutrigenética estuda a influência da variabilidade genética em indivíduos, em relação às necessidades nutricionais, à saúde e ao risco de desenvolvimento de doenças. Entre as variações estudadas no DNA, destacam-se alterações como o polimorfismo nucleotídeo único. Um exemplo da Nutrigenética é conhecido como fenilcetonúria clássica, que se trata de um erro metabólico que pode ser transmitido por gerações. Essa é uma doença causada por mutações no gene da enzima fenilalanina hidroxilase, responsável por processar aminoácidos. A base do tratamento é, justamente, a redução de sua ingestão a partir da alimentação.

Embora existam alterações pontuais, sabe-se que condições crônicas como obesidade, câncer, diabetes e doenças cardiovasculares são multifatoriais e ligadas a diversos genes. Entretanto, nesses casos, o polimorfismo de nucleotídeo único não implica, obrigatoriamente, maior risco de desenvolvimento dessas doenças. Fatores externos como tabagismo, alimentação e sedentarismo são tão influentes na expressão de genes e nos seus impactos à saúde, quanto fatores hereditários.

Por último, temos a Epigenômica Nutricional, focada no estudo de um processo chamado metilação do DNA. Por exemplo, o nutriente folato, presente em alimentos como feijão, espinafre, couve e brócolis, participa do processo de metilação. Esse processo químico serve para controlar a expressão de certos genes. A baixa ingestão de folato está associada à redução global na metilação do DNA, situação que pode elevar o risco de câncer.

Em conclusão, a Genômica Nutricional contribui para ampliar nossa visão sobre o impacto da alimentação na saúde, além de ajudar no tratamento dietético para diferentes condições clínicas.

 

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