No Brasil, 1 em cada 10 adultos tem algum grau de doença renal, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), e 70% dos casos estão ligados a doenças como diabetes e hipertensão, que poderiam ser prevenidas.
Nesse sentido, a nefrologia é uma especialidade que estuda e trata doenças renais e enfrenta um desafio duplo: combater a alta incidência de enfermidades e oferecer tratamentos inovadores.
Para profissionais da área, isso abre oportunidades únicas, como atuar em campanhas de prevenção, pesquisa clínica e gestão de tecnologias avançadas de diálise. Neste artigo, você descobrirá como se especializar para liderar essa transformação.
Quais são as doenças renais mais comuns no Brasil?
As doenças renais crônicas (DRC) afetam cerca de 10 milhões de brasileiros e são a principal causa de internações por insuficiência renal. Nos estágios avançados, os pacientes necessitam de diálise ou transplante renal.
Entre as principais causas da DRC, a nefropatia diabética é responsável por 40% dos casos, decorrente do descontrole da glicemia. Além disso, infecções renais, como a pielonefrite, são comuns em gestantes e idosos, aumentando o risco de complicações.
Nesse sentido, o câncer renal é outra preocupação significativa, com estimativas de 6 mil novos casos por ano, sendo a incidência maior entre homens.
De acordo com dados da Revista do SUS, a taxa de mortalidade por doenças renais crônicas aumentou em 40% entre 2009 e 2019, evidenciando a necessidade de políticas públicas eficazes para a prevenção e tratamento dessas condições.
A insuficiência renal crônica está relacionada a fatores de risco como hipertensão, diabetes e obesidade, que afetam uma parcela significativa da população brasileira. Nesse sentido, cuidados preventivos e o diagnóstico precoce são essenciais para reduzir a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Principais causas de doenças renais
A hipertensão arterial é um fator significativo para a saúde renal, danificando os vasos sanguíneos dos rins em muitos casos. O diabetes mellitus também eleva consideravelmente o risco de DRC.
Além disso, o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) pode ser responsável por lesões renais agudas. A obesidade é outro fator preocupante, aumentando em 83% o risco de cálculos renais.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a prevalência de hipertensão arterial em adultos no Brasil é de aproximadamente 25%, enquanto a diabetes mellitus afeta cerca de 9% da população adulta.
A obesidade, que também contribui para problemas renais, está presente em mais de 20% dos brasileiros. Esses dados reforçam a importância de estratégias de prevenção e tratamento para minimizar o impacto dessas condições na saúde renal da população.
Doenças Renais Crônicas
A Doença Renal Crônica (DRC) é silenciosa e 90% dos pacientes só descobrem a doença em estágios avançados. Sua progressão é classificada em cinco estágios, que vão do leve, com filtração glomerular superior a 90 mL/min, ao terminal, com filtração glomerular inferior a 15 mL/min, o que exige terapia substitutiva, como diálise ou transplante renal.
Já as doenças renais agudas, como a lesão por contraste, são reversíveis se tratadas precocemente, mas ainda causam 20% das internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, estima-se que aproximadamente 12% da população adulta brasileira tenha algum grau de disfunção renal. Em casos avançados, a DRC pode levar à insuficiência renal terminal, no qual a única solução viável é a terapia substitutiva.
Por outro lado, as doenças renais agudas exigem diagnóstico e tratamento imediato para evitar complicações graves e aumentar as chances de reversão do quadro clínico.
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Tratamentos inovadores para doenças renais
Os inibidores de SGLT2, como a dapagliflozina, são medicamentos que reduzem a progressão da Doença Renal Crônica (DRC) em 40%, ao controlar a glicemia e a pressão arterial. A imunoterapia para câncer renal, utilizando combinações como Ipilimumabe e Nivolumabe, aumenta a sobrevida em 37% para tumores metastáticos.
A diálise peritoneal automatizada, realizada em casa durante a noite, oferece maior autonomia aos pacientes, permitindo que eles tenham uma melhor qualidade de vida. O transplante renal com doadores vivos, utilizando técnicas minimamente invasivas, reduz os riscos cirúrgicos em 25%, tornando o procedimento mais seguro e eficaz.
De acordo com o Ministério da Saúde, o uso de inibidores de SGLT2 tem mostrado uma melhoria significativa na qualidade de vida dos pacientes com DRC, além de reduzir as hospitalizações.
A imunoterapia tem se consolidado como uma abordagem promissora no tratamento de câncer renal, especialmente em casos avançados. O transplante renal, por sua vez, continua sendo a melhor alternativa de tratamento para pacientes com insuficiência renal terminal, e o avanço em técnicas cirúrgicas minimamente invasivas têm contribuído para melhores resultados e menores complicações pós-operatórias.
Ações que podem auxiliar na saúde de pacientes renais
- Educação em Saúde: programas como o "Novembro Azul Renal" ensinam a monitorar pressão e glicemia, que é uma medida preventiva;
- Telemedicina: plataformas ajudam a monitorar pacientes rurais, auxiliando na redução de internações;
- Dieta personalizada: a redução de sal e proteína animal pode retardar a DRC e melhorar a qualidade de vida;
- Atividade Física: caminhadas de 30 minutos por dia contribuem para a melhoria da função renal.
Tipos de especialização em doenças renais
A especialização em Nefrologia Clínica tem foco na Doença Renal Crônica (DRC), hipertensão e diálise. Com duração de dois anos, é destinada a médicos com experiência em clínica.
A Nefrologia Intervencionista envolve procedimentos como biópsias renais e angioplastias. Nesse sentido, a Enfermagem Nefrológica é uma especialização que se concentra no manejo de cateteres e na educação de pacientes, com salários médios variando de R$ 4.200 a R$ 6.800.
Além disso, a Pesquisa Clínica oferece cursos como o Programa de Pesquisa em Nefrologia da Pró-Rim, que incluem a publicação de artigos científicos.
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Como uma especialização vai melhorar as oportunidades de carreira?
A nefrologia é um campo em expansão que combina prevenção, tecnologia e especialização salva vidas. Assim, investir em conhecimento não só garante uma remuneração superior, mas também a chance de reduzir desigualdades no acesso à saúde. Conheça as especializações do Centro Universitário São Camilo e dê mais um passo em direção ao seu futuro!