Recentemente, a comunidade médica foi surpreendida por uma revisão nas diretrizes sobre hipertensão arterial, que agora considera a pressão arterial 12 por 8 (120/80 mmHg) como elevada.

Essa medida, que anteriormente era vista como normal e saudável, passou a ser enquadrada como um alerta para a necessidade de prevenção e intervenções precoces. 

Essa mudança tem gerado debates e levantado questionamentos sobre suas causas, os tratamentos recomendados e as formas de prevenção. A seguir, vamos entender essas questões com base nas novas evidências científicas.

Por que a pressão 12 por 8 foi reclassificada?

De acordo com especialistas, a decisão de considerar 12 por 8 como pressão elevada foi motivada por estudos recentes que apontam um maior risco de doenças cardiovasculares, mesmo em pessoas com essa medida. 

Dados mostram que indivíduos com pressão 12 por 8 têm maior probabilidade de desenvolver complicações como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) quando comparados àqueles com pressão abaixo de 11 por 7 (110/70 mmHg).

Essas evidências levaram à revisão das diretrizes pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e outras organizações internacionais, como a American Heart Association (AHA). A nova classificação reflete uma abordagem mais rigorosa, com o objetivo de prevenir complicações em longo prazo.

                                          Estetoscópio e caneta sobre prontuário médico, simbolizando o cuidado com a saúde, diagnóstico preciso e a prática da medicina

O que causa a elevação da pressão arterial?

A hipertensão arterial pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo genética, estilo de vida e condições de saúde preexistentes. Entre as causas mais comuns estão:

  • Alimentação desequilibrada: o consumo excessivo de sal, alimentos ultraprocessados e gorduras saturadas está diretamente relacionado ao aumento da pressão arterial;
  • Sedentarismo: a falta de atividade física reduz a capacidade cardiovascular e contribui para o aumento da pressão;
  • Estresse crônico: emoções intensas e estresse prolongado podem elevar a pressão arterial;
  • Obesidade: o excesso de peso sobrecarrega o sistema cardiovascular, aumentando o risco de hipertensão;
  • Genética: histórico familiar também desempenha um papel importante;
  • Consumo excessivo de álcool e tabagismo: essas substâncias causam danos às artérias e aumentam a pressão arterial.

Quais são os tratamentos recomendados?

Com as novas diretrizes, o manejo da hipertensão começa mais cedo, mesmo para indivíduos com pressão 12 por 8. O objetivo é evitar que essa medida evolua para estágios mais graves da doença. 

Os tratamentos incluem:

Mudanças no estilo de vida

  • Dieta balanceada: adotar uma alimentação rica em frutas, verduras, cereais integrais e gorduras saudáveis, como a dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension);
  • Redução do consumo de sal: limitar o consumo de sódio a menos de 2 gramas por dia;
  • Exercícios físicos: praticar atividades aeróbicas, como caminhada e corrida, por pelo menos 150 minutos semanais;
  • Controle do estresse: Incorporar práticas como meditação e yoga na rotina.

Medicamentos

Em alguns casos, mesmo com mudanças no estilo de vida, pode ser necessário o uso de medicamentos anti-hipertensivos. Os mais comuns incluem diuréticos, betabloqueadores e inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina).

Monitoramento regular

Manter um acompanhamento médico frequente e realizar medições periódicas da pressão arterial para avaliar a evolução do tratamento.

Prevenção: Como manter a pressão arterial sob controle

A prevenção é fundamental para evitar a progressão da hipertensão e suas complicações. Algumas medidas eficazes incluem:

  • Manutenção de um peso saudável: combater a obesidade é essencial para reduzir o risco de hipertensão;
  • Redução do consumo de álcool: limitar o consumo de bebidas alcoólicas a um ou dois drinques por dia;
  • Evitar o tabaco: o cigarro é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares;
  • Hidratação adequada: beber água em quantidade suficiente ajuda na regulação da pressão;
  • Controle do colesterol e glicemia: manter os níveis de colesterol e açúcar no sangue dentro dos limites recomendados diminui o risco de complicações;
  • Consulta regular ao médico: check-ups periódicos ajudam na detecção precoce de possíveis alterações.

Leia também: Cuidados que o farmacêutico deve ter ao medir a pressão arterial

Impacto das novas diretrizes na população

Com a reclassificação da pressão 12 por 8 como alta, é esperado um aumento no diagnóstico de hipertensão em estágios iniciais. Isso pode causar preocupação entre pacientes, mas também representa uma oportunidade para intervenções mais precoces e eficazes. O foco agora é conscientizar a população sobre a importância de medidas preventivas e do acompanhamento regular.

As novas diretrizes também ressaltam a importância da educação em saúde. É essencial que profissionais da área de enfermagem e farmácia estejam preparados para orientar os pacientes sobre as mudanças e tranquilizá-los quanto às possibilidades de tratamento e prevenção.

 

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