O Brasil e o mundo não serão os mesmos depois da crise causada pelo alastramento do novo coronavírus. Assim, os impactos da pandemia já atingem a maioria dos setores da sociedade. O trabalho não fica de fora. 
 
A profunda crise econômica pode provocar uma diminuição nas vagas de emprego formal. Em território brasileiro, já são 12,9 milhões de trabalhadores desempregados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE), a taxa de desocupação pode chegar a 20% até o final do ano. 
 
Por isso, nos próximos anos, a tendência é que haja um número maior de trabalhadores informais, bem como uma maior flexibilização nas relações trabalhistas. 
 
Nesse momento, as empresas também tiveram que se adaptar para que pudessem manter seus estabelecimentos de pé. Home office, anywhere office, anywhere work… Essas tendências de trabalho remoto estão no centro das discussões quando o assunto é modelos de relações trabalhistas pós-pandemia. 
 
Desde o início dessa pandemia, muitas perguntas surgiram sobre como aplicar a gestão de pessoas em momentos de crise, e também sobre qual será a projeção para a área de recursos humanos, ou seja, o que será de nós pós-pandemia?
 
Para entender melhor essas questões e também as tendências para a área, conversamos com o Prof. Márcio Assis, docente do curso de Pós EAD em MBA em Gestão de Departamento Pessoal e Relações Trabalhistas. Confira:

Como a crise da Covid-19 acarretou mudanças legais nos ambientes de trabalho? Quais mudanças foram essas e o que elas podem causar?

Prof. Márcio Assis - Com a situação da pandemia, as empresas tiveram que buscar soluções rápidas para deixar todos os funcionários seguros de um dia para o outro. A principal mudança foi a utilização do home office para praticamente 100% dos colaboradores. As empresas utilizaram muito as medidas provisórias para realizar redução de jornada prevista em lei, para poder sobreviver neste momento de crise econômica, além de utilizar ferramentas de comunicação digitais para reuniões de alinhamento com as equipes. O ambiente tradicional de trabalho desapareceu, podendo ser qualquer lugar.

Quais as tendências para as relações trabalhistas pós-pandemia?

Prof. Márcio Assis - As tendências pós-pandemia são várias. Provavelmente as empresas pensarão se realmente precisam contratar um funcionário na modalidade CLT ou se a condição de prestador de serviço já é o suficiente. Irão pensar se realmente precisam ter uma estrutura física como a que conhecemos hoje, com salas, mesas etc. A reforma trabalhista regulamentou o trabalho home office e deixou sinais e indagações para o futuro do trabalho. 
 
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Podemos dizer que o home office é a grande tendência e aposta para perdurar, mesmo depois da pandemia?

Prof. Márcio Assis - Sim. Mais de 70% das empresas e das pessoas estão satisfeitas com a adoção do home office e investindo nessas políticas. O anywhere office e o anywhere work também são tendências para os gestores e as pessoas pensarem na qualidade de vida. Você não precisa estar em home office para realizar seu trabalho; você pode estar em um espaço de coworking, em uma praia, ou em outro país. 

Como os gestores de Departamento Pessoal e Relações Trabalhistas podem se preparar para essas mudanças? 

Prof. Márcio Assis - Os gestores de pessoas precisam enxergar essas tendências. O curso de Pós EAD em MBA em Gestão de Departamento Pessoal e Relações Trabalhistas possibilita essa visão, mostrando a importância do entendimento das tendências e mudanças na legislação, dando alternativas para a sobrevivência das empresas. As instituições tradicionais estão deixando de existir. Somente com muita inovação elas sobreviverão ao futuro que já chegou.
 

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